BLOG DA PROFª LAUDICÉIA DA CRUZ SANTOS: Africa de A a Z 1

SITUAÇÃO DOS NEGROS NO PÓS – ABOLIÇÃO

O período escravocrata no Brasil durou até o século XIX(1888),quando a princesa Isabel assinou a lei Áurea,dando fim ao trabalho escravo. Porém, ao assinar tal lei os interesses econômicos estavam além dos interesses sociais. Devido a tantas rebeliões propostas não só por negros(escravos) mas também por abolicionistas, cabia a coroa e aos proprietários de terras adotarem como modelo de comércio e de trabalho o que foi proposto pelos Ingleses no período da Revolução Industrial: Trabalhadores “livres” e assalariados.

Mas por trás da máscara “liberdade” existia uma realidade totalmente diferente da proposta pela Lei Áurea. Como homens negros, pobres e sem estudo poderiam incluir-se em uma sociedade capitalista? Esses homens livres tiveram como única forma de sobrevivência vender sua mão-de-obra extremamente barata, levando a toda sua família incluindo crianças e adolescentes a trabalho a fim de manter o sustento.

Atualmente sentimos o reflexo dessa desagregação. A maioria da população negra do Brasil vive em lugares desestruturados como em Guethos e Favelas. Mas como mudar o que está embutido na sociedade há séculos? Tentando reverter este quadro (negro X pobreza) o governo tenta implantar projetos de inclusão social para negros e pardos, tendo como o mais discutido o Programa de Cotas nas Universidades.

Este causa grande repercussão em todo país devido os intermináveis debates entre os contras e os a favores. O programa consiste em “uma medida governamental que cria uma reserva de vagas em instituições públicas ou privadas para determinados segmentos sociais” (Wikipédia). O grande motivo das discussões diz respeito as questões raciais, muitos se escondem atrás da cor, ou da pouca renda para entrar em uma universidade ferindo os direitos e esforços de quem não se julga negra.

Será que é correto tentar reparar os erros preconceituosos do passado, com idéias separatistas( Brancos e negros) num páis quem se diz desigual?

MARILEIDE (ALUNA DA 8ª DO COLÉGIO FELICIDADE)

Breves reflexões sobre África e africanidades, por Laudicéia C. Santos

Ao longo do processo histórico do Brasil, negros e negras sempre exerceram uma forte resistência ao sistema de opressão e discriminação. Para tanto, organizaram formas de lidar com vida, com o corpo, e com diferentes expressões artísticas, sendo responsáveis pela construção de uma estética corporal que está caracterizada dento da cultura do povo brasileiro: através da religiosidade; da dança, da música, da literatura, das artes visuais, dentre outras.

No entanto, as escolas ainda divulgavam e valorizam pouco, tais contribuições. Entendo que é também uma forma de mostrarmos que a África não tem só pobreza, doença, fome, mas homens e mulheres capazes de serem protagonistas da História e que suas produções precisam ser visualizadas, discutidas, valorizadas.

Assim, certamente, estaremos contribuindo para a valorização da auto-estima dos nossos alunos negros e afrodescendentes e para o pertencimento identitário de “ser negro”. Saliento como grande contribuição dos negros, a capoeira em que o corpo é uma expressão de luta, arte e resistência que foi duramente perseguida pelo Estado brasileiro, durante o processo de escravização e no pós-abolição, mas ainda assim houve resistência e hoje não está restrita apenas à população negra.

Um filme muito interessante que versa sobre esta temática é “Besouro”, lançado o ano passado, pois nele podemos aproveitar para discutir toda a trajetória da capoeira durante o período pós-abolição, além de termos a possibilidade de tentar desconstruir visões equivocadas e que tentam diabolizar, por exemplo, a religiosidade de matriz africana como o candomblé – os orixás (especialmente EXÚ.)

Temos, portanto, que não colocar conceitos eurocêntricos de lado, mas mostrar outras possibilidades; pois existem modos de pensar, de ver o mundo de outras maneiras. E o continente africano tem inúmeras contribuições que podem nos auxiliar para o repensar da nossa prática pedagógica, e esta deve estar fora do discurso midiático sobre uma África folclorizada. Temos que educar do ponto de vista da diversidade e do respeito ao outro.

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quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Africa de A a Z 1

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